sábado, 12 de outubro de 2013

Você pode tudo: só não pode confundir Justiça com vingança.

Eu sou ruim de matemática, mas de português e algumas outras coisinhas eu sou... mais ou menos. Sendo assim, nesse surto de autoengano, não consigo entender qual a dificuldade em compreender o que significa o famigerado termo Direitos Humanos (na verdade, eu até acho que sei, só não quero falar aqui. Sou tímido.). Mas, vamos lá: Direitos Humanos é Cidadania. Ponto. De exclamação. !!!. Qual a dificuldade em entender isso? Onde tem Cidadania existem Direitos Humanos. Onde não existem Direitos Humanos, vemos triunfar a brutalidade, a ignorância, o desconhecimento, o não-reconhecimento do outro e sobretudo a violência, tudo num liquidificador que se retroalimenta como se fosse natural as cadeias (do mundo, viu? Não é só do Brasilzão racista, não) se parecerem cópias pós-modernas dos navios negreiros. Não existem Direitos Humanos para preto, para branco, para amarelo, lilás e furta-cor, para bandido, para mocinho, para dono de loja, para funcionário, para políticos, para publicitários, para advogados. Existem Direitos Humanos para... humanos. Esses aí que circulam pela cidade aí afora. E, olha, eles existem até para os animais, veja bem. É da alçada do chamado Direitos Humanos não pegar um gato na esquina e torcer seu pescoço até quebrá-lo. Há quem tenha dificuldade em entender até aqui? Ajudo. Sou persistente. Tentarei ser didaticamente mais claro: Direitos Humanos é direito à vida, à propriedade, liberdade de pensamento, de expressão, de crença; é direito ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à igualdade de oportunidades (bem, aqui reside um ponto importante, mas eu sei que para muitos isso pouco importa. Farinha pouca, o pirão dos meus - que são sempre bons e castos - primeiro). Vale lembrar que ainda há os direitos chamados de "difusos e coletivos": direitos à paz, ao progresso, à autodeterminação dos povos (quem não consegue pensar além de um mundo moldado e coberto pela bandeira americana do self-made man terá dificuldade aqui, viu?), ao meio ambiente saudável... É muita coisa, convenhamos. Não se esqueça dos direitos do consumidor também, afinal, o consumidor, mesmo consumindo feito máquina, ainda é um... humano. Ao menos é o que me promete a campanha publicitária. É o que dizem. Juro. Vi na TV. É sério, não foi na Veja. A Veja mente. Aliás, todo mundo mente. É tudo vagabundo! Pausa. Respira. Segura na mão do Deus polinésio e vai. Há quem confunda problema de vista com dificuldade de enxergar o óbvio ululante (não é o óbvio do Lula, viu?). Prometo que não se trata de blá blá blá de Ciências Sociais. Há muitos outros direitos, eu sei. E você também sabe (mesmo fazendo um esforço e se distorcendo todo para pensar que não). Saiba: somando isso tudo e tudo que não foi dito, um direito que não é direito humano é o direito de matar o outro. Nem é direito de pessoa alguma, tampouco o é do Estado Democrático no qual vivemos. Isso simplesmente é crime, capisce? Qual a dificuldade em percebermos isso? Falimos moralmente a tal ponto? Recuso-me! Mesmo! Há quem diga que a Lei de Talião ficou para trás e avançamos como sociedade. Há quem garanta que não, mesmo nos seus desejos maaaaaais profundos, mesmo no seu medo maaaaaais incontrolado. Claro e cristalino: se você mata alguém, você é um assassino (com atenuantes e agravantes de "cada caso é um caso"). Você pode até matar alguém porque esse alguém matou ou estuprou sua família. Você pode tudo. Só não pode achar que isso é justiça; isso é apenas vingança.

Lançamento para o começo de novembro que nos convida ao prazer de ler. Vamos nessa? :)
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42144799&sid=155193125151011491784028760



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